Meu mafioso favorito

Algumas pessoas se apaixonam por atletas, outras pelos heróis de ficção científica. Eu, por outro lado, tenho um carinho todo especial por um mafioso. Sim, um mafioso. Um criminoso que vive à margem da lei, mas que é, de certa forma, meu ídolo. Bom, talvez eu devesse explicar um pouco melhor o porquê.

Minha admiração por esses criminosos vem de muito tempo atrás. Quando era criança, ouvia histórias do meu avô sobre os bandidos do banco central e como eles conseguiram, com suas ações audaciosas, roubar milhões de dólares e fugir sem deixar rastros. Na época, eu achava fascinante o estilo de vida clandestino desses caras, que pareciam viver em um mundo paralelo, em que as regras eram diferentes.

Enquanto crescia, comecei a me interessar mais pela história da máfia italiana e, principalmente, pelos seus líderes carismáticos, que acumulavam poder e riqueza, mantendo ao mesmo tempo uma imagem de respeitabilidade. Admito que cheguei a me emocionar assistindo a filmes como O poderoso chefão e a Sopranos, que retratavam de forma realista o mundo do crime organizado. Achei incrível como personagens tão questionáveis conseguiam fazer com que os espectadores se identificassem com eles.

É claro que não sou ingênuo a ponto de defender ou justificar as ações desses criminosos. Sei que a máfia é responsável por inúmeras mortes, extorsões e tráfico de drogas, entre outras atividades ilícitas. Mas não consigo deixar de sentir uma certa admiração por sua habilidade em manipular as leis e conseguir o que querem. Acho que, de certa forma, a máfia é uma espécie de contraponto à justiça falha e corrupta que vemos em muitos países.

Por outro lado, sei que minha admiração por essa figura é questionável. Claro, é fácil para mim, que nunca sofri as consequências dos atos desses criminosos, em quem é fácil enxergar certa romantização. Eu nunca perdi um parente ou amigo por causa de uma guerra entre famílias rivais, ou tive de pagar um tributo para sua proteção. Parece que, como muitas pessoas, eu me deixei seduzir pela imagem do sujeito corajoso, reservado e capaz de fazer justiça com as próprias mãos.

Mas, por mais problemática que essa admiração seja, não posso negá-la. Talvez seja mais fácil julgar do que entender que essa figura, apesar de tudo, exerce um certo fascínio em mim. A vida clandestina, o poder, o dinheiro fácil e o respeito que eles recebem são elementos que chamam minha atenção. Mas, ao mesmo tempo que me questiono, tento lembrar que preciso ter os pés no chão e não imitar comportamentos que só me levariam a encrencas.

Enfim, o que aprendi é que, mais do que admirar indivíduos, temos que respeitar valores e regras éticas que não se alteram conforme os costumes ou as situações. Precisamos tomar consciência de nossos valores e pensar no que eles representam para nós e para as outras pessoas. De alguma forma, a máfia representa tudo aquilo que não queremos ser, tudo aquilo que não queremos crer numa sociedade. Apesar de sorrir com as histórias desvairadas deles, não posso negar que a realidade é muito mais complexa e não pode ser representada por esses indivíduos.

Portanto, caro leitor, seja honesto consigo mesmo e reflita sobre suas próprias admirações. Arrisque-se a questioná-las, entender suas origens e confrontá-las com as ideias de justiça, igualdade e princípios éticos que, no final das contas, são os pilares que sustentam qualquer sociedade.

E você, tem algum mafioso favorito? Qual acha sobre esse assunto? Não se esqueça de deixar um comentário e compartilhar suas opiniões!